Jogadores investem em tênis com estilo e gastam até R$ 3 mil por ano

Jogadores investem em tênis com estilo e gastam até R$ 3 mil por ano

Modelos multicoloridos e com cadarços fluorescentes são populares entre os atletas no Mundial, mas conforto ainda é prioridade na hora da escolha

Encontrar calçados para pés do tamanho 46 nunca foi uma tarefa fácil. Até alguns anos, a escassez de opções no mercado era tão grande que qualquer questão estética ficava em segundo plano quando o sapato cabia. Atualmente a tarefa ainda não é das mais fáceis, mas a presença de mais marcas especializadas no mercado esportivo facilitou a vida dos gigantes das quadras. Tanto que, além do conforto, os jovens atletas também se permitem ousar na escolha de cores e modelos, fazendo dos pisantes um ponto de identidade em meio ao mar de uniformes iguais. O investimento na performance e na estética é alto, e pode chegar a R$ 500 a cada dois meses, R$ 3 mil ao final de um ano.

Atletas da Sérvia durante alongamento: modelos abusam de cores e estampas

A maciez do calçado continua sendo o critério principal de escolha das peças para os jogadores. Mas a beleza é cada vez mais levada em consideração. Entre as seleções que disputam o Mundial sub-23 em Uberlândia, a mais “colorida” é a Sérvia. Enquanto times como Irã optam por um estilo mais tradicional, quase sempre monocromático e sóbrio, os europeus abusam de cadarços fluorescentes e estampas com desenhos. No Brasil, predominam modelos com base branca e detalhes em azul ou preto.

Capitão sérvio, Aleksandar Atanasijevic afirma que, como as duas seleções possuem uniformes neutros, há mais abertura para realizar diferentes combinações.

Tênis roxo tem detalhe com assinatura próximo ao calcanhar do atleta

– Temos camisas majoritariamente brancas, então podemos experimentar várias cores sem problemas. Por acaso o tênis que estou usando agora só tinha dessa cor, e como queria experimentar o modelo, não pensei na aparência. Para mim ainda pesa mais se é confortável. Não é fácil achar tênis 46.

Ponteiro da Austrália, Jordan Richards também tem opções limitadas. Mas, com dois pares iguais do mesmo tênis na mala, assume que optou por aquele que combinava melhor com as cores de sua seleção. Deixou o preto guardado e, em quadra, tem usado apenas o verde limão com detalhes brancos.

– No time em que eu jogo na Holanda (Landstede Volleybal) só temos duas opções. Eu achei que este ficaria mais harmônico, apesar de não ser no mesmo tom de verde. Foi uma decisão pela vaidade sim.

Estampa multicolorida sem padrão mistura cinza, azul, vermelho e amarelo

Investimento nos tênis é de até R$ 500 a cada dois meses

Há ainda outro fator que influencia na escolha nos calçados. Na seleção brasileira principal vários atletas são patrocinados por uma marca de material esportivo e, por contrato, precisam utilizar as peças durante os jogos. Nos treinamentos fechados à imprensa, porém, vários optam por usar outra marca popular entre os jogadores.

Lucarelli é patrocinado por uma marca de materialesportivo e ganha seus tênis

No grupo sub-23, apenas Lucarelli possui acordo comercial semelhante. Mas boa parte do grupo recebe informalmente, “de presente”, pares de marcas variadas marcas de material esportivo. Os jogadores, no entanto, não têm obrigação de usá-los. Os demais atletas precisam fazer um investimento alto do próprio bolso. Alguns dos modelos mostrados nas fotos acima custam entre R$ 400 e R$ 500 e precisam ser trocados em média a cada dois meses devido ao desgaste dos amortecedores.

Este é um dos cuidados necessários ressaltados por Ana Paula Simões, especialista em perna, tornozelo e pé. Segundo a ortopedista, a escolha correta dos tênis pode ajudar na prevenção de lesões durante os treinamentos e competições.

– Do ponto de vista médico o jogador de vôlei deve prezar por um sistema de amortecimento e, ao mesmo tempo, que ajude na impulsão dos saltos. Outro fator importante é a estabilização, pois com o deslocamento lateral existe a probabilidade de torções. O tênis também deve ter um sistema que forneça firmeza ao movimentos – explicou.

Artigo originalmente publicado em: Globo Esporte.

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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