Excesso de exercícios pode fazer mal à saúde

Matéria sobre excesso de exercícios feita pelas competentes alunas da metodista, com entrevista da Dra. Ana Paula Simões.

Nos últimos tempos vem crescendo a onda da prática de exercícios e o sonho do corpo perfeito. Mas será que essa busca pode causar problemas? Uma das consequências do excesso de treino é o overtraining. A síndrome acontece quando a pessoa treina de forma errada, não respeitando os intervalos ou tempo de recuperação. O desequilíbrio emocional também pode influenciar.

Segundo a ortopedista e traumatologista do esporte Ana Paula Simões, “em casos mais sérios as pessoas podem chegar a quebrar ossos, desmaiar e até ter convulsões cerebrais”.

Os principais sinais dessa síndrome são dor de cabeça, falta de ar, câimbras e até mesmo aquelas dores do lado do fígado e rins quando se pratica corrida.

A massagista e atleta amadora Maria Vângela de Sousa, 50, sofreu uma lesão por overtraining em setembro do ano passado enquanto treinava para fazer o Mundial de Duatlo, na Austrália. Ela sentiu dores no quadril que se agravaram depois de uma competição que ela fez em outubro. “Eu estava treinando super forte, então acredito que tenha sido por essa razão, porque são seis dias de treino. Não dá tempo de descansar.”

Mesmo os amadores, que disputam campeonatos, como Maria Vângela, mas participam de eventos esportivos, precisam adotar certos cuidados ao iniciar uma atividade física.

As lesões que os praticantes podem sofrer com a síndrome são as musculoesqueléticas e fraturas por estresse. Há também relatos de casos de tendinites crônicas, rupturas e inflamações.

O tratamento para quem tem alguma dessas lesões varia de treino para treino, de pessoa para pessoa, do tipo de modalidade e até do peso. A fratura por estresse, por exemplo, leva de dois até três meses sem treinos. Já de uma tendinite, de uma ou duas semanas. Tudo é muito individual e tem que basicamente tirar a sobrecarga.

Vale ressaltar que a lesão por overtraining começa com um processo inflamatório. A reabilitação é dividida em três fases. “Primeiro, usamos recursos analgésicos e anti-inflamatórios para diminuir a dor e cicatrizar a região. Em seguida, começa a introdução de alguns exercícios de reforço muscular. Depois, junta o reforço muscular com o gesto esportivo”, disse o fisioterapeuta Ramon Guimarães.

A melhor forma de prevenção é fazer tudo progressivamente no treino, respeitando o corpo. “Tem que ter todo um preparo físico, mental, psicológico, de estrutura de osso, de tudo. Na nossa vida os excessos são ruins”, afirmou Ana Paula. Ainda segundo a especialista, é preciso avaliar o corpo, corrigindo posturas e mantendo uma alimentação correta.

Mas alimentação saudável não quer dizer recorrer a produtos artificiais para acelerar o metabolismo do corpo, correndo riscos.

Publicado em: goo.gl/zqwcI8

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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