Joanete é a alteração óssea de pé mais comum entre os adultos

Joanete é a alteração óssea de pé mais comum entre os adultos

O problema acontece por um desvio do osso do dedão e das falanges, e pode ser causado por genética ou uso inadequado de calçados

Hálux valgo, conhecido como Joanete, é a alteração óssea mais comum do pé do adulto. O joanete não é um osso que cresceu ou que surgiu, e sim um desvio do primeiro metatarsiano (osso do dedão) e das falanges, que se expressa como uma saliência na região de dentro do pé.  As causas podem ser genéticas ou mecânicas, devido ao uso de calçados inadequados, principalmente salto alto e bico fino, além da sobrecarga (correr com tênis apertado pode causar uma força mecânica que favorece a deformidade).

Para evitar o problema, a primeira coisa a saber é que o sapato deve ser feito para caber no pé. Portanto, devem ser consideradas as modificações do calçado :

1 – Escolha o modelo que mais lhe agrada considerando que ele deve ter a ponta larga; “quadrados” ou “redondos”, que dão maior estabilidade à marcha, evitando quedas;
2 – Se for de salto, não ultrapassar 3 cm. Dê preferência aos tipos “anabela”, pois distribuem melhor a pressão;
3 – Nos tênis: dê espaço entre a ponta dos dedos e a frente, isso é preciso para que eles se desprendam do solo durante a marcha ou corrida;
4 – Troque os calçados diariamente, evitando atrito num ponto único na pele (bunion);
5 – Não acredite que o sapato irá lacear com o uso. Ele deve estar confortável já na hora da compra.

Os pacientes costumam perguntar sobre o uso de órteses ou splints para joanete. Não há evidências de que estes possam melhorar um hálux valgo estabelecido, no entanto, podem ajudar a aliviar ou não deixar piorar o desvio.

Como é a cirurgia para correção do Joanete atualmente?

A cirurgia minimamente invasiva para correção do joanete sofreu várias inovações nos últimos anos. As técnicas mais modernas, além de serem muito mais eficazes, dispensam o uso de gesso, o que facilita a reabilitação pós-operatória. Além disso, a queixa de dor é mínima, já que a anestesia utilizada, além de minimizar as complicações, promove uma analgesia muito mais prolongada no período pós-operatório.

O procedimento exige alguns cuidados e o uso de calçado fechado só é permitido após 40 dias de cirurgia. Neste intervalo, o paciente utiliza um calçado apropriado, que proporciona o apoio somente no calcanhar.

Que cuidados eu devo ter após a cirurgia?

A maioria dos pacientes submetidos à correção do joanete pelas técnicas atuais desfrutam dos avanços da cirurgia moderna dispensando o uso de gesso e estando liberados para apoiar o calcâneo no dia seguinte à cirurgia.

1 – Não deixe de seguir à risca as recomendações do seu médico;
2 – A liberação para caminhar após a cirurgia envolve o indispensável (comer, ir ao banheiro, tomar banho). Evite caminhadas desnecessárias. Elas aumentam o inchaço, provocam dor e retardam a recuperação;
3 – Esforços exagerados no período pós-operatório, incluindo caminhadas, podem colocar em risco o resultado da cirurgia pela perda da correção obtida;
4 – Não deixe de realizar todas as consultas pós-operatórias, para assegurar uma reabilitação adequada;
5 – Há possibilidade de haver dor e edema residual por um período de até um ano após a cirurgia, a depender da natureza de cada um.

Pode acontecer da deformidade voltar?

As chances de insucesso no tratamento do joanete são muito pequenas, desde que a cirurgia seja corretamente indicada, não haja complicações e as recomendações do ortopedista especializado sejam estritamente seguidas pelo paciente, principalmente no que se refere ao uso de calçados.

Posso correr tendo joanete?

Sim, se o desvio e a saliência não causam dor, pode. A questão é proteger a região para a deformidade não piorar e fazer um bom trabalho de fortalecimento muscular.

+ Joanete: o ‘dedo a mais’ que causa desconforto e dor no pé do atleta

Publicado em: Eu atleta

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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