Abertura de parques e academias: como ficam os treinos?

A abertura de parques e academias foram liberados para a prática de atividades físicas em muitas cidades brasileiras.
Em mais uma fase de flexibilização da quarentena. Mas o que isso significa? Primeiro, devemos fazer três considerações:
Primeira: O fator de risco número um para adoecer com qualquer doença é a exposição. Por isso, mesmo com a abertura dos parques, clubes e academias, as diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomendam “manter a cobertura do rosto com máscara ou pano em locais públicos e perto de pessoas que não moram em sua casa, especialmente quando outras medidas de distanciamento social são difíceis de manter”.
Segunda: Usar uma máscara pode ajudar a reduzir a propagação do vírus entre pessoas que interagem muito próximas, principalmente nas academias, pois a disseminação assintomática ainda é uma preocupação.
Terceira: Os corredores que estiverem sem máscara, ao ar livre, devem correr em segurança, sozinhos, e em rotas em que não encontrarão outras pessoas ou possam manter pelo menos dois metros de distância ou mais das outras em todos os momentos. Senão, devem correr de máscara.
Embora a pandemia de coronavírus tenha impactado a vida cotidiana de todos, felizmente agora temos a opção de correr nos parques e clubes, sozinho ou com um pequeno grupo, dependendo de onde você mora.
Suas corridas devem estar em áreas onde você pode ficar sozinho ou manter pelo dois metros entre você e os outros para reduzir o risco de propagação do vírus. Se você não está se sentindo bem ou inseguro, é melhor ficar em casa.
Qual é a informação mais recente sobre máscaras?
À medida que aprendemos mais sobre o coronavírus, fica claro que a disseminação assintomática ainda é uma preocupação, segundo a OMS. Isso significa que você pode espalhar o vírus para outras pessoas sem saber que o possui e vice versa.
Conforme os estados começam a se abrir, e as pessoas retornam a atividades como refeições em ambientes fechados e reuniões sociais, no esporte não é diferente, como na abertura de parques, clubes e academias, precisamos ajudar a diminuir a disseminação.
Alguns governos estaduais sugeriram que todos usem máscaras de tecido quando saírem em público para atividades essenciais para ajudar a impedir que aqueles que são assintomáticos espalhem o vírus.
Principalmente, sempre que uma pessoa é incapaz de manter uma distância consistente de pelo menos um metro e meio das pessoas que não são membros de suas famílias. E muitas empresas, como supermercados, exigem que os clientes usem máscaras para entrar.
Recentemente, um estudo publicado na Proceedings of Royal Society sugeriu que o uso generalizado de máscaras pode ajudar a reduzir as taxas de transmissão e, quando combinado com o distanciamento social, pode até ajudar a impedir uma segunda onda.
Por isso é importante que todos usem máscara cobrindo o nariz e a boca em público, mas está autorizado a retirar em casa para evitar grandes esforços respiratórios.
O que todas essas recomendações sobre máscaras significam para os corredores?
O que esses estudos e recomendações significam para os atletas e para todos é que a situação em que estamos é um novo normal. E que todos nós precisamos considerar as consequências de nossas ações individuais na comunidade à nossa volta.
O objetivo da máscara, além de proteger você, é também proteger outras pessoas, reduzindo o risco de disseminação assintomática. Se esse é o objetivo, sair sozinho e evitar outras pessoas é a melhor coisa que você pode fazer, além de usar a máscara.
Se sua rota regular estiver cheia, tente encontrar uma rota diferente ou ajustar o tempo de execução no futuro para a segurança de todos. E se você não quiser usar uma máscara ao correr, precisará encontrar uma rota deserta, em que mantenha pelo menos dois metros de distância das pessoas que encontra.
Você também deve levar uma máscara com você em caso de emergência, como um acidente ou ter que parar em uma loja para comer ou beber.
Há outras considerações a serem lembradas. Por exemplo, as diretrizes afirmam que as máscaras “não devem ser usadas úmidas ou molhadas de cuspe ou muco.
Os revestimentos de rosto de pano podem não ser necessários quando se faz um exercício individual, se você estiver em um lugar onde não encontrará mais ninguém.
Não há vantagem em usar uma cobertura de rosto se você não estiver perto de pessoas”. E é por isso que devemos nos esforçar, mantendo grandes distâncias.
As máscaras fazem duas coisas: elas contêm a propagação do vírus dos doentes e impedem a inalação pelos saudáveis.
O grau de alcance do vírus ainda é debatido, mas uma coisa não é: as máscaras só são eficazes se usadas adequadamente. Ao umedecer, por exemplo, devem ser trocadas por uma seca e limpa.
Mas mesmo que os corredores tentem praticar o distanciamento físico e correr sozinhos, sabemos que isso nem sempre é possível, especialmente em rotas e trilhas populares.
Se você estiver em uma área em que possa encontrar outras pessoas, usar um buff ou outra cobertura facial que absorva a umidade pode ajudar a reduzir as gotículas espalhadas por outras pessoas devido à respiração pesada, tosse e espirros.
É importante observar que as diretrizes do CDC recomendam o uso de revestimentos faciais de pano se possível respirável, não máscaras cirúrgicas ou respiradores N-95, que devem ser reservados para os profissionais de saúde.
Em vez disso, esses revestimentos de rosto de pano podem ser feitos de itens domésticos, como bandana, camiseta ou fronha.
As máscaras devem ficar bem ajustadas sobre o nariz e a boca, não devem ser tocadas uma vez colocadas no rosto e precisam ser lavadas ou descartadas imediatamente após cada uso.
É essencial enfatizar que manter o distanciamento social de pelo menos dois metros permanece vital para retardar a propagação do vírus.
Além disso, usar uma cobertura de pano não substitui a lavagem das mãos, o distanciamento físico ou a permanência em casa quando doente. Verifique as recomendações do governo local para obter orientação.
Bons treinos, valentes!
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Veja também: Medidas de proteção na volta ao esporte ao ar livre na flexibilização

Dra. Ana Paula Simões Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.