Desconforto ao pisar? Pode ser a Lesão de Lisfranc
Desconforto ao pisar – Lesão de Lisfranc
A articulação de Lisfranc é a junção entre os ossos da parte da frente do pé, chamados de metatarsos e os ossos do meio do pé (tarso). Quando uma pessoa sofre da lesão de Lisfranc, muitas não tem o diagnóstico correto, já que a pessoa pode sentir um desconforto ao pisar e pode acabar confundindo frequentemente com um simples pé torcido.
“A lesão de Lisfrac normalmente acontece quando o pé é travado e o corpo continua em movimento. Quando esse ligamento se rompe, faz com que você perca a estabilidade entre os dois ossos que ele sustenta. Se isso acontece de dois a quatro milímetros, pode causar um desconforto e será preciso reduzir essa abertura, mas se ela ficar com mais de quatro milímetros o caso é obrigatoriamente cirúrgico. É necessário passar um parafuso para fechar”, explica a ortopedista Ana Paula Simões.
Lesões de Lisfranc também podem ocorrer como resultado de trauma direto, como aqueles que ocorrem ao cair de uma altura elevada. São geralmente muito mais graves. Estas lesões podem levar ao desenvolvimento de fraturas múltiplas e/ou luxação de ossos ou articulações na parte média do pé de Lisfranc.
Esta lesão é muito séria, se o paciente for negligenciado pode ter dor crônica, artrose e dificuldade da prática esportiva. Geralmente os esportes que tem terrenos onde o pé fica preso com mais facilidade, são onde a lesão é mais comum, como no futebol americano, rugby, futebol e outros. O pé fica preso e o corpo roda em cima do médio pé e a lesão acontece.
Não costuma acontecer frequentemente com corredores. A não ser que ele esteja no meio da prática, prenda o pé em um buraco e o corpo continue indo para frente. “A lesão de Lisfranc é uma fratura de pisão, geralmente é preciso uma torção ou algo que faça com que o pé abra, mas pode acontecer em qualquer esporte que tem impacto. Então apesar de ser raro, na corrida pode acontecer”, afirma Ana Paula.
Tratamento para Lesão de Lisfranc
Se não houver nenhuma abertura na região é só esperar cicatrizar. Acontece de quatro a seis semanas com uma imobilização. Geralmente sem colocar o pé no chão, apenas com fisioterapia. “Só deixa sequelas se diagnosticada incorretamente. A pessoa fica com dor e não consegue praticar esportes, também fica impossibilitada de fazer o movimento correto do médio e até de calçar o sapato. Nesse caso, gera uma artrose local e muitas vezes a pessoa precisa de cirurgia para reconstrução”, explica a ortopedista.
Veja também: Lesões mais comuns em corredores
Dra. Ana Paula Simões Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.
Boa tarde, dra. Ana Paula,
A descoberta de seu site foi uma grata surpresa a uma angústia a qual me acompanha há dez anos.
2008 foi o ano em que sofri uma queda de quase 3m de altura, sobre uma escada de madeira na qual meu pé direito ficou preso e sofri a fratura de Lisfranc, tardiamente, diagnosticada. Além de microfraturas do 3º, 4º e 5º metatarsos. Nas duas primeiras semanas, ouvi de mais de 5 médicos não ter nada, quando sabia, na verdade, por minha dor, que o diagnóstico estivera equivocado.
Apenas um dos médicos quando expliquei o tipo de queda e a forma, detectou. Fez de tudo para que eu operasse na época. O rompimento do tendão ocasionou o distanciamento de quase 0,5cm. Apenas, ele (dr. Max Rolf Bussing) solicitou radiografia comparativa.
Levaram dois anos até minha cirurgia, uma artrodese com dois pinos. Dois especialistas acompanharam meu caso por ano, antes que eu suplicasse por uma intervenção cirúrgica. Antes disso, adotamos o tratamento conservador, sem sucesso. Na época da queda, eu tinha 24 anos e a dor limitou todas as minhas atividades, desejos e hábitos de me vestir. A dor era insuportável, mas ninguém acredita em dor alheia.
Hoje, aos 34, depois de permitir que me peso elevasse um pouco (na época do acidente 57kg, hoje 67kg – a disfunção da tireoide também), motivo pelo qual nos momentos de dor, compensar com a perna esquerda, cujo joelho já sente as dores fruto da compensação.
Em razão do tempo entre a fratura e a cirurgia, ganhei um artrose. E as dores são diárias. Há dez anos, sofro com as dores e as limitações. Caminhadas e saltos deixaram de existir por anos em minha vida. Hoje, ainda me arrisco a um saco com 2cm, mas no dia seguinte a dor é limitante.
Há algo a se fazer depois desses anos, dr. Ana Paula?
Pode me ajudar?
Um abraço fraterno,
Juliana
Oi Juliana, posso ajudar sim! Por favor, agende uma consulta através dos telefones que estão aqui no site.
Abraço!