Entenda a fratura do tornozelo de Maya Gabeira, comum durante a prática esportiva

Entenda a fratura de Maya Gabeira, comum durante a prática esportiva

Vimos recentemente a surfista Maya Gabeira sofrer uma fratura do tornozelo após um acidente. Mas já tivemos outros pacientes surfistas e atletas que torceram o pé durante sua atividade e acabaram fraturando o tornozelo também.

Uma fratura esportiva nesta região significa que um ou mais dos ossos que constituem a articulação do tornozelo são quebradas e quanto maior o número de ossos quebrados, mais instável o tornozelo se torna.

Anatomia

Três ossos compõem a articulação do tornozelo:
Tibia – osso da perna
Fíbula – osso menor da lateral
Tálus – um pequeno osso que fica entre o osso do calcanhar (calcâneo) e da tíbia

A Tíbia e Fíbula têm partes específicas que compõem o tornozelo:
– Maléolo medial – parte interna da tíbia
– Posterior maléolo – parte de trás da tíbia
– Maléolo lateral – final da fíbula

Nós classificamos a fratura do tornozelo de acordo com a área de osso que está quebrado. Por exemplo, uma fratura no final da Fíbula é chamada de fratura do maléolo lateral ou, se tanto a Tíbia quanto a Fíbula são quebradas, chamamos de uma fratura bimaleolar.

Causas e sintomas


As causas mais comuns são traumáticas:

– Torcer ou girar o tornozelo
– Trauma direto no tornozelo (pancada)
– Tropeçar ou cair seguido de entorse
– Impacto durante um acidente

Os sintomas mais comuns de fratura do tornozelo  incluem:
– Dor imediata e severa
– Inchaço
– Hematoma (roxo)
– Sensibilidade ao toque
– Não poder colocar qualquer peso sobre o pé lesionado
– Deformidade (“fora do lugar”), especialmente se a articulação do tornozelo estiver deslocada

Diagnóstico da fratura do tornozelo

Depois de relatar ao médico seu histórico, os sintomas e a forma como ocorreu a lesão, ele fará um exame cuidadoso de seu tornozelo, e perna.

Os exames de imagem:

Seguindo critérios, se o médico suspeitar de uma fratura do tornozelo, serão solicitados exames adicionais para fornecer mais informações sobre alesão.

– Raios X:
Exame mais comum e amplamente disponível. Os Raios X podem mostrar se o osso está quebrado e se existe deslocamento. Eles também podem mostrar quantos são os pedaços de osso quebrado.

– Tomografia computadorizada (CT):
Este tipo de análise pode criar uma imagem de corte transversal, longitudinal e axial do tornozelo e é por vezes realizada para avaliar a extensão dalesão no tornozelo. Isto é particularmente útil quando a fratura se estende para a articulação do tornozelo . Assim como a ressonância, que pode ser solicitada para avaliar partes moles (lesões de tecidos como ligamentos, tendões e cartilagem) que podem estar associadas.

Tratamento

Para tratar uma fratura do tornozelo, é necessária a avaliação de um especialista. Nos casos de lesão sem desvio, sob uma avaliação criteriosa, é possível o tratamento conservador. No entanto, na maioria dos casos, por ser uma fratura articular, o tratamento envolve a redução e fixação cirúrgica.

É preciso pelo menos seis semanas para os ossos quebrados se consolidarem. Pode levar mais tempo para os ligamentos e tendões envolvidos também cicatrizarem.

O médico provavelmente irá monitorar a cicatrização óssea com radiografias repetidas. Isso geralmente é feito mais vezes durante as primeiras seis semanas em ambos os tratamentos, conservador ou cirúrgico.

Embora a maioria das pessoas retorne às atividades diárias normais dentro de três a quatro meses, estudos têm mostrado que as pessoas ainda podem estar se recuperando até dois anos depois de sua fratura do tornozelo. Pode levar vários meses para que você consiga andar sem mancar e retorne ao esporte em seu nível competitivo anterior. A maioria das pessoas voltar a dirigir dentro de nove a doze semanas a partir do momento em que foram feridos.

Reabilitação de fratura do tornozelo

A reabilitação é muito importante. Fazer seus exercícios regularmente é a chave para a recuperação. Eventualmente, você também vai começar a fazer exercícios de fortalecimento. Pode levar vários meses para que os músculos ao redor de seu tornozelo fiquem fortes o suficiente para você andar sem mancar e retorne às suas atividades normais.

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fale conosco!
Precisa de ajuda?
Olá!
Posso te ajudar?