Ficou roxo após pancada ou queda? Veja melhor jeito de tratar hematomas

Lesões com hematomas são comuns em praticantes de esportes. E esse hematoma pode ser a consequência de um impacto contra uma superfície externa ou osso (trauma direto) ou de uma contração excessiva e descoordenada (trauma indireto).

Em um trauma direto, quando o músculo é contraído, a contusão terá impacto sobre os tecidos mais superficiais, enquanto em músculo relaxado os danos estruturais e o hematoma, ocorrem em profundidade, mais perto do osso.

A gravidade da lesão depende do local de impacto, o estado de ativação dos músculos envolvidos, a idade do paciente e a presença de fadiga. O tamanho do derrame (sangramento) dependerá do estado do músculo de contração e das características do atleta para vascularização e a coagulação.

Tratamento

Os primeiros socorros para qualquer tipo de lesão muscular é o RICE (repouso, gelo, compressão e elevação) princípio ou PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação).

Gelo: O abaixamento da temperatura provoca um aumento da viscosidade do sangue com uma redução do fluxo e uma redução de permeabilidade vascular na zona de lesionada. Este efeito fisiológico induzido pelo frio é os mecanismos chave na redução do edema devido ao aumento do diâmetro venoso e a reação inflamatória. O objetivo é parar a hemorragia no tecido muscular e, consequentemente, reduzir a extensão da lesão induzida pela lesão. A aplicação de embalagem resfriada em um hematoma deve ter uma duração entre 12 e 15 minutos, com a interrupção de cerca de 10 minutos.

Mobilização: No tratamento de músculo esquelético lesionado, uma imobilização deve ser feita. A duração de imobilização deve ser limitada e ser iniciada gradualmente respeitando as fases fisiológicas de cicatrização de feridas e com os limites de dor. Por outro lado, o regresso rápido à atividade é desejável para otimizar a regeneração do músculo com a cura e recuperação da flexibilidade, elasticidade e força do músculo esquelético lesionado.

Cinesiotape: Atualmente, existe evidência insuficiente para apoiar o uso de cinesiotape sobre outras modalidades na prática clínica, mas, na realidade, ele é amplamente utilizado por fisioterapeutas e massagistas.

Laserterapia: Se desenvolveu nos últimos vinte anos e oferece hoje uma ajuda eficaz, agindo em todas as fases da inflamação e regeneração. Na base dos processos reparativos biológicos é uma reacção fotoquímica capaz de acelerar a reabsorção dos processos de reparação de hematoma.

Ultrassom pulsado: Apresenta efeitos benéficos sobre o processo de cicatrização muscular, induzindo uma redução na produção de fibrose e também a expressão de moléculas pró-inflamatórias.

Reabilitação: Deve ser construído em torno de exercícios de agilidade e de estabilização do tronco progressivas, como estes exercícios parecem dar resultado melhor para o músculo esquelético lesionado do que programas baseados exclusivamente em alongamento e fortalecimento do músculo lesado.

Fazer exercício ativo ajuda no início do tratamento:

– diminuição do tempo de cura,
– Aumento da resistência estrutural e rigidez dos tecidos
– aumento da síntese de colágeno
– diminui a fibrose muscular

A prevenção é a melhor coisa, mas, muitas vezes, é difícil eliminar o risco de danos. Recomendo um aquecimento adequado, equilibrar a musculatura e não subestimar a lesão ou a sua cicatriz, além de não administrar medicamentos de forma inadequada ou sem prescrição médica.

Hematomas musculares podem ter um impacto significativo sobre o desempenho de um atleta, desde queda no desempenho de curto prazo, descondicionamento muscular e até novas lesões musculares. Indico, portanto, o uso de protetores.

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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