O pé plano ou chato ocorre quando há um colapso parcial ou completo do arco plantar. Pode ser dividido em rígido ou flexível.
O flexível é o tipo mais comum, em que o pé retorna ao arco normal quando ficamos na ponta na posição de “bailarina”.
Pés chatos estão associados a pronação. Uma certa quantidade de pronação é necessária para atividade normal de corrida, mas pronação em excesso pode prejudicar o desempenho em atividades de impacto.
Pés chatos podem ser avaliados clinicamente usando um dos seguintes métodos:
- Podoscopia – Este exame é realizado com o auxílio de podoscópio de reflexão. As imagens podoscópicas são classificadas segundo os parâmetros de Valente;
- Teste das pontas dos pés – Consideramos como normal quando o paciente eleva o corpo nas pontas dos pés com varização do retropé. O teste é considerado anormal quando o paciente não consegue ficar nas pontas dos pés ou quando não variza o retropé;
- Avaliação da força do músculo tibial posterior;
- Sinal da lateralização dos dedos – O sinal é considerado como positivo quando se observa maior número de dedos situados no pé acometido, quando comparado com o lado contralateral;
- Mensuração do grau de supinação do antepé.
A análise cinemática da corrida indica excesso no aumento da amplitude de pronação, levando ao estresse em tecidos ao redor do complexo do pé.
Análise cinética mostra carga moderadamente alta imposta aos dedos dos pés e imposição de carga no lado medial e não lateral de pé.
Pronação e supinação são movimentos normais dos pés que ocorrem durante a caminhada e a corrida.
Quando pronação e supinação excede as normas de grau ou duração, a estabilidade de todo complexo músculo-esquelético está em risco.
A pronação excessiva dificulta a capacidade do corpo de suportar, andar e correr. Além disso, pé com disfunção pode levar a um estresse na parte inferior da perna, joelho e coluna vertebral.
Estas áreas sofrem estresse de compensar a fraqueza na musculatura do pé.
Um estudo analisou dos dados para corredores e caminhantes e evidenciou que o pé normalmente executa melhor corridas curtas e tiros, mas nenhuma diferença foi encontrada para o teste de execução de 600 metros.
Nas atividades explosivas, que requerem uma reação mais vigorosa do solo, o pé arqueado normal deve receber mais ajuda do que um pé chato devido à sua ação elástica e músculos fortes para o desempenho de velocidade.
Novamente, numa corrida de longa distância os pés fracos podem ficar cansados, mas mesmo assim não interfere no desempenho.
Os achados se correlacionam com outros autores que mostraram diminuição da amplitude do tornozelo e da força muscular no pé chato. Esta pode ser a razão para desempenho prejudicado.
Ou seja, quando o pé é excessivamente pronado (plano), há diminuição no desempenho nas atividades explosivas e pode haver maior fadiga nos eventos de resistência.
Nesses casos, mais severos, sugiro procurar uma avaliação médica para descartar problemas rígidos, como coalizão tarsal, por exemplo.
Já nos pés planos leves e flexíveis, a ideia é fortalecer os músculos plantares para ajudar a melhorar o desempenho da corrida e evitar lesões. Veja alguns exercícios.
Exercícios para pé plano ou chato
- Contraia o pé para levar os dedos até o calcanhar (sem enrolar os dedos);
- Ande para trás em linha reta com um pé diretamente atrás do outro. O peso deve ser aplicado na parte da frente do pé;
- Fique em pé com uma ou duas pernas e jogue seu peso para fora ativando os músculos do arco.
- Flexione e gire o tornozelo usando uma faixa de resistência para dentro formando a curva do pé.
Faça três series de 15 repetições nos dias de treino de força e você já vai sentir a diferença na sua corrida.
Bons treinos !
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