Fibromatose plantar: Saiba como detectar e tratar

Fibromatose plantar: Saiba como detectar e tratar

Fibromatose plantar é parecida com a fasceite plantar. Nesse artigo eu explico como diagnosticar e tratar. Confira!

As fibromatoses representam um amplo espectro de processos clínico-patológicos infiltrativos localmente caracterizados pela proliferação de fibroblastos, geralmente maduros, associados ao colágeno. Algumas dessas entidades estão presentes ao nascimento ou se desenvolvem na primeira infância (por exemplo, fibromatose juvenil). Outros podem aparecer na idade adulta e pode ser usado para diferentes condições.

Fibromatose é usado para diferentes condições:

  • Um equivalente plantar relativamente comum da contratura palmar de Dupuytren mais comumente denominado doença de Ledderhose (LD);
  • Uma fibromatose superficial plantar mais incomum que, diferentemente da fibromatose profunda (por exemplo, fibromatose abdominal, extra-abdominal e visceral), geralmente tem uma tendência menos agressiva e recorrente;
  • Uma proliferação hamartomatosa mesodérmica benigna extremamente rara, que em uma localização plantar, parece ser um marcador clínico patológico da síndrome de Proteus (PS).

O fibroma aponeurótico juvenil (FAP) e a fibromatose infantil agressiva (FIA) também podem ser considerados no grupo da fibromatose plantar quando as lesões estão presentes na sola do pé.

Etiologia

Tal como acontece com muitos tumores, as causas não são conhecidas. Como afirmado anteriormente, devido à alta taxa de concordância com a contratura de Dupuytren (fibromatose na mão), há suspeita de que um defeito compartilhado no reparo da fáscia após o excesso de atividade de impacto poderia ser o culpado, mas nenhuma etiologia definitiva foi elucidada até o momento.

História

Os pacientes com doença de Ledderhose apresentam uma variedade de apresentações que podem abranger desde o desconhecimento de sua condição devido à falta de dor até nódulos dolorosos que prejudicam a locomoção adequada ou comprimem estruturas vizinhas.

Da mesma forma, pacientes com outras formas de fibromatose plantar podem não estar cientes de sua doença. No entanto, eles podem notar dificuldade em ficar em pé, andar ou usar sapatos quando os nódulos se tornam grandes. A doença é tipicamente bilateral e progride lentamente, mas não indefinidamente. A fibromatose plantar superficial pode crescer gradualmente e, na maioria dos casos, a progressão é limitada. Em alguns casos, as lesões de fibromatose plantar superficial aumentam e persistem.

Exame físico

A doença de Ledderhose consiste em um ou mais pequenos nódulos duros, assintomáticos, redondos ou achatados, geralmente localizados no lado medial da planta do pé (bem no ponto doloroso equivalente à Fasceíte). Deformidades de flexão geralmente não ocorrem em oposição à contratura de Dupuytren (na mão)

A fibromatose plantar superficial aparece como um ou mais nódulos planos, assintomáticos e mal limitados, de consistência fibrosa e tamanho variável. Eles são mais comumente localizados no aspecto plantar da porção ântero-medial do calcanhar.

Em pacientes com doença de Ledderhose, a presença de outras condições fibrosantes (por exemplo, contratura de Dupuytren, coxaduras, doença de Peyronie em homens) devem ser verificada. Na fibromatose plantar superficial, a síndrome de Gardner deve ser descartada. Na presença de lesões plantares exofíticas fibrosas cerebriformes, a síndrome de Proteus deve ser considerada.

Cuidados médicos

Já vi alguns casos ter a involução espontânea da fibromatose plantar superficial, mas sob orientação médica. Os tratamentos iniciais incluíram medicação anti-inflamatória, órteses e fisioterapia.

Para a doença de Ledderhose, as opções conservadoras de tratamento são numerosas, incluindo vários medicamentos orais e injetáveis, órteses de descarga, bem como a onda de choque extracorpórea, mostraram-se apenas para proporcionar alívio sintomático, com este último fornecendo algum amolecimento das lesões. Radiações ionizantes e injeções intralesionais de corticosteróides mostraram reduzir o tamanho das lesões.

É importante notar que os tratamentos restantes não têm dados in vivo demonstrando eficácia (antiestrogênios), apenas se mostraram eficazes em desordens similares como contratura de Dupuytren ou doença de Peyronie (verapamil, colagenase), ou requerem estudo adicional para demonstrar a eficácia (colchicina). Em resumo, o tratamento conservador certamente requer mais estudos para determinar a modalidade mais eficaz, mas as injeções de colagenase, corticosteróides e 5-fluorouracil estão sendo usadas com sucesso variável.

Cirurgia para Fibromatose plantar

Para a doença de Ledderhose, a fasciectomia e a excisão do tecido fibroso podem representar uma opção inicial para pacientes com lesões sintomáticas ou uma escolha decidida após falhar o tratamento conservador. A fasciectomia demonstrou reduzir a taxa de recorrências e pode ser realizada de forma local, ampla ou radical.

Para melhor orientar as decisões terapêuticas em relação à cirurgia, Sammarco e Mangone desenvolveram critérios de estadiamento pré e intraoperatórios, com base em um estudo retrospectivo de 18 pacientes e a correspondente propagação da lesão e infiltração de tecido mole observadas durante a fasciectomia plantar subtotal. Enquanto o estudo envolveu uma pequena coorte de pacientes, os critérios de Sammarco e Mangone mostraram-se promissores na previsão de cicatrização tardia e podem ser úteis ao aconselhar pacientes no período pós-operatório. [1]

Para as outras formas de fibromatose plantar, a cirurgia é a única alternativa terapêutica. No entanto, em formas infantis, os médicos devem avaliar a necessidade de cirurgia antes de realizá-la. A fibromatose plantar hamartomatosa não regride espontaneamente. Portanto, a remoção cirúrgica é apropriada.

Atividade esportiva

Modificação da atividade, o uso de órteses e fisioterapia têm sido utilizados como modalidades terapêuticas para o tratamento da fibromatose plantar. Determinados calçados esportivos podem entrar em atrito com o nódulo e gerar queda de performance. Dependendo do volume pode haver compressão vascular ou neurológica e alterar a marcha ou corrida do atleta.

Sendo assim, vale a pena proteger, tentar tratar conservadoramente e se não conseguir treinar, podemos ressecar. Bons treinos!

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Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.

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