COVID-19: Mudanças e Recuperação na Função e Aptidão Física após Infecção
COVID-19: Mudanças e Recuperação na Função e Aptidão Física após Infecção. Como fica o retorno aos esportes? Leia e entenda.
O medo nos assombra dia após dia, com incertezas e inseguranças relacionadas à nossa saúde e daqueles que amamos. Com isso nos deparamos com a necessidade de aprender, entender, e procurar nos apegar à qualquer coisa que possa nos ajudar a passar por isso são e salvos. E segundo vários estudos, o esporte hoje é considerado o melhor remédio preventivo e auxiliar na recuperação do Coronavírus.
Pensando assim, resolvemos ler alguns trabalhos e trazer aos leitores do eu atleta primeiramente motivação. Porque o que está comprovado e demonstrado dia após dia por ser indiscutivelmente seguro, a introdução da atividade física em nossas vidas!
Mas e quem pegou covid-19? Como fica as mudanças e a recuperação após a infecção?
É o que vimos nessa Revisão Sistemática de Mudanças e Recuperação na Função e Aptidão Física após Infecção por COVID-19 . Pois tem- se dito dos benefícios da prática de exercícios na prevenção da doença. Mas agora temos o público que teve a doença, e quer voltar a prática, e os trabalhos indicam que a gravidade da infecção pode estar associada à uma pior recuperação pós-infecção e demora no retorno ás atividades
Um total de 10 artigos foram incluídos nesta revisão. E evidência de 9 artigos demonstraram que os pacientes com SARS-CoV tinham níveis reduzidos de função física e aptidão pós-infecção em comparação com controles saudáveis. Ou seja , é esperado que voce NÃO consiga voltar aos mesmos níveis esportivos IMEDIATAMENTE após a contaminação. Além disso, os pacientes demonstraram recuperação incompleta da função física, com algumas deficiências residuais experimentando 1 a 2 anos após a infecção.
Então como fica o retorno após a contaminação do Coronavírus?
Segundo os autores: a volta deve acontecer, e a prática esportiva está orientada o mais rápido possível, assim que autorizado pelo médico. As evidências de um ensaio clínico randomizado descobriram que um intervenção combinada de treinamento aeróbio e de resistência melhorou significativamente a aptidão física e a função pós-infecção em comparação com um grupo de controle
Aparentemente, seis meses após infecção é considerado um tempo mínimo para melhora da aptidão física e capacidade funcional dos pacientes, seguindo então de recuperação progressiva a depender da memória muscular individual.
Porque acontece?
Os mecanismos que levam ao comprometimento da função física após a infecção por SARS-CoV são provavelmente multifatoriais e surgem como consequência da infecção, prolongada hospitalização e / ou imobilidade. Por exemplo, durante os períodos de imobilidade devido a doença crítica, em torno 25% dos pacientes desenvolvem fraqueza muscular significativa – particularmente dos grupos musculares dos membros inferiores envolvidos em mobilidade funcional.
Esta fraqueza adquirida pode ser atribuída a uma diminuição na área de secção transversal do músculo e do tamanho da fibra muscular ou uma redução no músculo das fibras tipo II. Além disso, até 50% das pessoas admitidas na UTI podem desenvolver miopatia crítica ou neuropatia, levando a uma redução no recrutamento da unidade motora e força capacidade de geração do impulso ao músculo. Juntamente com as mudanças na função muscular, níveis mais baixos de capacidade aeróbica são associado à função física reduzida e a independência durante as atividades da vida diária.
Como identificados através desta revisão, pessoas infectadas com SARS-CoV demonstra diminuição do VO2max independente de função pulmonar e ventilatória; assim, descondicionando e níveis reduzidos de aptidão cardiorrespiratória também podem levar em conta as reduções na função física pós-infecção. Além disso, a fadiga pós-viral, que foi relatado em 40% das pessoas após infecção por SARS-CoV, também pode contribuir para a redução da função física devido a aumento da percepção de esforço durante as tarefas funcionais.
É importante considerar outros potenciais sintomas de COVID-19, como fadiga severa, depressão e disfunção cognitiva – que podem impactar esses resultados e a eficácia da reabilitação.
E o que fazer?
Mesmo considerando a escassez de estudos, até por ser um assunto tão atual e que gera tanta dúvida, adotar um protocolo com exercícios combinados (aeróbico e força), com baixa intensidade, que pode ser intervalado ou contínuo, e exercícios resistidos tanto para membros superiores e inferiores é o ideal numa sessão organizada por um profissional da saúde qualificado.
Sugere-se que a infecção viral contribui para o desenvolvimento da síndrome da fadiga crônica, em 27% dos casos infectados . Além disso, disfunção cognitiva, como delírio deficiências psicológicas crônicas, como depressão e transtorno de estresse pós-traumático também pode ser experimentado durante períodos de doença crítica e UTI.
Assim, estudos futuros devem avaliar o consequências de COVID-19 na psicológia e domínios cognitivos além de determinar como esses resultados podem influenciar a recuperação da função física; estes achados podem, então, informar e ajudar na intervenções de reabilitação que consideram o impacto de sintomas como fadiga na recuperação.
O estudo só reforça o que imaginamos e falamos dia após dia: A COVID-19, doença caracterizada por afetar a função pulmonar, reduz a aptidão física e capacidade funcional, principalmente debilitando nossas funções cardiorrespiratórias, deve ser combatido com prevenção e a pratica esportiva
Contudo é evidente que a aplicação de uma sessão de exercícios após infecção é extremamente necessária, até porque não é só a saúde física que está em jogo, mas a mental também. E nada como se cuidar e liberar umas endorfinas para ajudar nisso. Não é valentes?
Bons treinos!
Colaboração: Fabiane Ferreira, Personal Trainer CREF 011382-G/mg (@fabiferreirapersonal)
Referências:
1- https://www.anapaulasimoes.com.br/nossos-artigos/motivacao-para-malhar-durante-a-pandemia/
2 – Rooney S, Webster A, Paul L. Systematic Review of Changes and Recovery in Physical Function and Fitness After Severe Acute Respiratory Syndrome-Related Coronavirus Infection: Implications for COVID-19 Rehabilitation. Phys Ther. 2020 Sep 28;100(10):1717-1729. doi: 10.1093/ptj/pzaa129. PMID: 32737507; PMCID: PMC7454932.
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Dra. Ana Paula Simões Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.