Podendo ocorrer por consequência de condições genéticas, vasculares, metabólicas ou traumáticas, as lesões condrais são resultado de um processo de deterioração da cartilagem da articulação. São lesões muito comuns, e boa parte dos indivíduos que sofrem com isso acabam não apresentando sintomas.

Elas também podem ser ocasionadas de maneira aguda, ou seja, apenas com uma situação de sobrecarga da articulação, ou de maneira gradual, com episódios contínuos de um menor impacto. Elas são classificadas da seguinte
forma:

Grau 0: não há lesões;
Grau 1A: existe o amolecimento da cartilagem e lesões superficiais;
Grau 1B: além das características anteriores, o paciente também pode apresentar algumas fendas na superfície da cartilagem;
Grau 2: a lesão apresenta menos que 50% de espessura;
Grau 3A: a lesão já apresenta extensão de mais de 50%;
Grau 3B: a extensão atinge a camada calcificada;
Grau 3C: a extensão atinge a superfície do osso;
Grau 3D: além das características anteriores. A lesão condral do paciente também inclui o abaulamento da cartilagem próxima;
Grau 4A: já acontece o penetração do osso, mas em sua totalidade;
Grau 4B: a penetração já atinge todo o diâmetro.

Essas classificações, como pudemos ver, evoluem de acordo com a gravidade da doença.

Sintomas da Lesão Condral

Os sintomas da lesão condral não são muitos, e por esse motivo, o diagnóstico é bem difícil. O paciente pode apresentar:

Dor local;
Derrame articular;
Sensação de crepitação;
Bloqueio da articulação.

Para conseguir determinar se o paciente sofre dessa condição, o médico pode solicitar alguns exames. Através dos resultados, é possível excluir algumas condições e conseguir alcançar um diagnóstico mais preciso. Dentre os principais exames solicitados, estão:

Raio X: esse exame é pouco eficiente para diagnosticar as lesões condrais menos graves, podendo identificar lesões onde já existe um fragmento solto dentro da articulação (osteocondrite dissecante). Contudo, diante dos sintomas apresentados e do histórico do paciente, o raio-X permite que o médico elimine algumas outras patologias que apresentam a mesma sintomatologia.

Ressonância Magnética: esse é um dos melhores exames para diagnosticar uma lesão condral. Isso porque ela garante uma visão mais contrastadas das partes moles da articulação e uma visão mais clara do osso subcondral, incluindo seu volume, espessura e estruturas próximas;

Tomografia: esse exame permite a aplicação de uma substância de contraste diretamente na articulação, mas por apresentar resultados semelhantes, vem sendo substituído pela ressonância magnética.

Artroscopia: através desse procedimento cirúrgico, o médico consegue visualizar todas as estruturas da articulação através de uma microcâmera. Ele permite um diagnóstico extremamente preciso.

O tratamento

Diante dos resultados obtidos nos exames, o médico especialista ( ortopedista) poderá prescrever o melhor tratamento para a lesão condral diagnosticada. Esse tratamento vai depender do grau da lesão, podendo ser:

Conservador: esse tipo de tratamento é, geralmente, a primeira linha adotada pelos médicos. O paciente costuma receber medicação para alívio dos sintomas, como a dor, e recebe algumas recomendações essenciais, como a mudança de hábitos, fortalecimento e acompanhamento fisioterapêutico.

Cirúrgico: recomendado para lesões condrais mais graves, o tratamento cirúrgico visa a reparação do dano através da artroscopia.

Se tiver dúvidas me escreva!
@DraAnaPSimoes

Dra. Ana Paula Simões
Médica do esporte, ortopedista e traumatologista, professora instrutora e mestre pela Santa Casa de São Paulo, especialista em medicina esportiva e cirurgiã do tornozelo e pé.